Aula- Cultura e Patrimônio Histórico
A DESTRUIÇÃO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO BRASILEIRO COMO UM PROJETO DE ESTADO DESDE 1822 (parte 1)
por Loryel Rocha
A arquitetura predominante no Brasil é o barroco português. Não existe, como se afirma comumente, um "barroco brasileiro", querendo, com isso, descolar a história do Brasil da de Portugal. Tampouco o barroco português é um tributário "menor", no sentido de "inferior", do barroco alemão. O barroco português É português, há características claramente marcantes que o distingue do barroco alemão, ou de qualquer outro. A palavra Barroco vem de outra palavra em português e significa "PÉROLA IMPERFEITA". O barroco é um estilo VEGETAL, tido como quase "profano", em razão de algumas concepções remeterem à iniciação. E em que pese o fato de algumas igrejas terem seus corpos em formas geométricas redondas ou irregulares, a associação das mesmas com uma corrente subterrânea Templária ainda vicejante foi inequívoca. O barroco brasileiro seguiu exatamente as mesmas normas de execução do português. Inclusivamente, certos projetos no Brasil "replicavam" (na arte e na arquitetura) o existente em Portugal.
Os jesuítas tiveram uma marcante participação no barroca, vide sua oratória sagrada, suas contribuições literárias e artísticas, sua profecia, com destaque para o Pe. Vieira, cuja atuação junto ao primeiro rei da Dinastia de Bragança, D. João IV, foi essencial. sobretudo na concepção do "Quinto Império", interpretando os textos bíblicos somado ao profetismo do judeu Bandarra o que lhe valeu um processo e condenação da Inquisição.
No Brasil, a Arte barroca não alcançou o grande esplendor que tinha em Portugal, em razão sobretudo do processo de povoamento do Brasil conduzido a duras penas pela Coroa Portuguesa. Os Estados do RJ/MG/BA/PE/MA/SP/GO tem os acervos mais expressivos do barroco.
Depois de 1822, o estilo arquitetônico brasileiro foi sendo alterado radicalmente, abrindo-se para o chamado "ecletismo", uma mistura de várias tendências. Ao mesmo tempo, uma política de Estado, seguida governo após governo (independentemente da legenda partidária), foi deixando ao sabor do tempo a destruição dos exemplares arquitetônicos e artísticos do barroco, um método claro de "apagamento de arquivo" de "destruição proposital da memória e da cultura nacional". No fundo disso, subjaz a intenção propositada de aniquilar em definitivo a memória e a raiz da Coroa Portuguesa como a Pátria-Mãe do Brasil. O que resta hoje dessa memória cultural é quase nada. E o projeto permanece e em estágio mais avançado, completamente dominado pela ideologia comunista.
Atualmente, a arquitetura, orientada pelo globalismo, aniquilou por completo as arquiteturas de cada cultura, "padronizando" a tudo e a todos, cumprindo o objetivo de "massificar as consciências". Não faz a menor diferença se um edifício é construído na Aústria, na China, na Alemanha, no Chile, no Brasil, nos EUA, etc, todos seguem indistintamente um mesmo "padrão" de concepção, de conceito e de projeto.
Urge PRESERVAR o patrimônio histórico, cultural e artístico brasileiro. Existe uma diferença abissal entre o termo PRESERVAR foi contaminado pelo binômio “CONSERVAR-MELHORANDO.
Vejamos em outro post em que consiste essa diferença.
Extraído do Facebook, da cronologia do professor Loryel Rocha em 12/04/2018