Histórico
Localizado na sesmaria concedida à Simão da Mota em 1565, cuja sede localizava-se aos pés do morro da Piedade, próximo ao mar.
Em 1647, foi criada a Freguesia de São Nicolau do Suruhy, a mais antiga do entorno da baía de Guanabara. Contava com 1.962 habitantes, 746 escravos, 252 casas e uma irmandade.
Pelo Alvará de 18 de janeiro de 1696, o povoado de Nossa Senhora da Piedade de Magepe foi elevado à categoria de freguesia.
Em 1747, a proprietária da Fazenda Magepe Mirim Dona Joana de Barros, viúva do Capitão Ignácio Francisco de Araújo, doa 50 braças de terra quadrada para a construção da nova Igreja Matriz na paragem de Caminho Grande. A escritura foi celebrada na vila de Santo Antonio de Sá. A construção da Igreja foi iniciada no ano seguinte sendo concluída em 1751.
Em 1789, a Freguezia de Nossa Senhora da Piedade foi elevada à categoria de vila, com território desmembrado da cidade do Rio de Janeiro e da vila de Santo Antonio de Sá. O arraial contava com 170 casas térreas e 16 de sobrados, construídos entre a Igreja Matriz e o Porto Grande.
Gazeta do Rio de Janeiro, 19/10/1809, p.4
Em 1820, a Matriz de Nossa Senhora da Piedade tinha as seguintes capellas filiais:
1ª Santa Anna, em Iriry
2ª Nossa Senhora de Nazareth, em Iriry
3ª Santo Aleixo, erguida em 1743
A freguesia contava com 3 fábricas de açúcar. Cultivava-se mandioca, arroz, legumes, café e bananas, além de outras frutas como cambucá, jaboticaba e laranja. A produção era exportada pelos portos Grande de Magepe, Porto Velho de Piedade e o de Iriry.
Em 1862, o município de Magé contava com 5 freguesias:
Nossa Senhora da Piedade
São Nicolau de Suruhy
Nossa Senhora d´Ajuda de Guapymerim
Nossa Senhora da Apparecida
Santo Antonio do Paquequer (Theresopolis)
Em 1867, a fábrica de tecidos de Santo Aleixo, de propriedade da firma José Antonio de Araujo Filgueiras & Cia, situava-se em local estratégico, com água abundante e 170 empregados, a maior parte portugueses e alemães. O algodão empregado era produzido no norte do país.
Estrada de Ferro do Grão Pará em 1890
Em 25 de outubro de 1906, a Companhia de Fiação e Tecidos ganhou a concessão para a construção de uma estrada de ferro de Magé ao Porto das Pedrinhas, que não teve prosseguimento, sendo a concessão cassada em 1916.
Em dezembro de 1914, o Congresso Nacional autorizou o governo federal a entrar em acordo com Estrada de Ferro Leopoldina para que fosse construída a ligação entre as estradas de ferro Grão-Pará e Cantagallo, passando por Magé, sem ônus para a União.
REFERÊNCIAS:
BARIL. Comte de La Hure. L´Empire du Brésil, Monographie Complète de L´Empire Sud-Américain. 1862. Paris. Ferdinand Sartouris, Libraire-Éditeur. p.18.
L´Empire du Brésil à l´Exposition universelle de Paris a 1867. p.19.
FÉO, Roberto. Raízes de Magé e Guapimirim (1500-2012).